domingo, 3 de abril de 2016

MICHEL SALIM SAAD
(Michel Saad)

            Natural de Bom Jesus de Itabapoana ( RJ)
PAIS:
 SALIM HANNA SAAD       e   TÊBETE MELHIM CHALHOUB
                 AVÓS PATERNOS ::HANNA SAAD e BADER ABIB
AVÓS MATERNOS:
 MELHIM CHALHOUB e ATFH NACIF
FILHOS:
MICHEL JÚNIOR,ANDRÉ LUIS, MARIA AUXILIADORA,DOMINGOS SÁVIO ( in memoriam), LUIS ROBERTO
NETOS:
LARISSA, GISELE,ANDRÉ, VICTOR, SÁVIO, RENAN, GABRIEL, CRISTIANO, MICHEL NETO, SARAH, GIOVANA
BISNETOS:
 YASMIM, MATHEUS,MARIA EDUARDA

1 - Curso primário no Município de Bom Jesus do Itabapoana, prosseguindo seus estudos no Seminário Apostólico de Manhumirim, Minas Gerais, (Congregação dos Padres Sacramentinos de Nossa Senhora), transferindo-se, posteriormente, para o Colégio Rio Branco de Bom Jesus do Itabapoana, Estado do Rio.
              2 - Curso científico em Niterói, no Colégio Plínio Leite.
  Procurador do Estado de 1ª categoria, inativo
Professor - Secretaria de Estado de Educação - Cadeiras de Direito e Legislação e Latim.
Promotor  Substituto na Comarca de Teresópolis,1956.
Jornalista - Diretor Responsável do Jornal “A VOZ DO POVO”, de Bom Jesus de     Itabapoana e Sócio Proprietário.
              Advocacia -  a) Inscrição na OAB/RJ sob o nº 1383
                 b) Consultoria empresarial e advocacia (civil, comercial, administrativa, nas Comarcas do Rio de Janeiro, Niterói e perante os Tribunais).
1 - Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Niterói.
2 - Faculdade Fluminense de Filosofia (Cadeira de Latim).
3 - Curso de Direito Civil - “Perspectivas e Novos Rumos do Direito Civil Português”- Universidade de Coimbra - Faculdade de Direito - Janeiro de 1980.
4 - “Falências & Concordatas”- Centro de Estudos Jurídicos da Guanabara.
5 - “Seminário sobre Responsabilidade Civil”- Centro de Estudos Jurídicos da Guanabara.
6 - “Transações Imobiliárias”- Centro de Estudos Jurídicos da Guanabara.



IV - CONGRESSOS, SIMPÓSIOS, CONFERÊNCIAS

1 - Simpósio de Direito Civil Comparado, promovido pelo Instituto de Direito Comparado Luso-Brasileiro, em 1981.
2 - II  Congresso de Direito Comparado Luso-Brasileiro, promovido pelo Instituto de Direito Comparado Luso-Brasileiro, em 1985.
3 - VII Simpósio de Direito Comparado Luso-Brasileiro, promovido pelo Instituto de Direito Comparado Luso-Brasileiro, em 1985.
4 - Conferência proferida no  BANCO DE PORTUGAL:  “MODALIDADES DE PAGAMENTO DOS EMPRÉSTIMOS AGRÍCOLAS  NO BRASIL -  LISBOA - 1995”.
5 - Participação na 9ª Conferência Nacional da OAB, Florianópolis, 1982.
6.- Conferência pronunciada na UNIVERSITÁ DEGLI STUDI DI FOGGIA E DI BARI – FACOLTÁ DI GIURISPRUDENZA – ITÁLIA –  março   2000 : “O MUNICÍPIO NA FEDERAÇÃO BRASILEIRA”
I - Professor: (Período de 1950 a 1963):
1 - Liceu Nilo Peçanha.
2 - Instituto de Educação Ismael de Lima Coutinho.
3 - Colégio Brasil.
4 - Colégio São Vicente de Paula.
5 - Membro do Conselho Técnico do Instituto de Educação de Niterói - 1963/1964.
6 - Assistente de Direito Penal na Faculdade de Direito de Niterói.
7 - Membro da Banca Examinadora dos Cursos Vestibulares da Faculdade de Direito de Niterói.
8 - Membro da Comissão de Inscrição de Concurso de Juiz de Direito, no ano de 1982, pela Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro
       “Modalidades de Pagamentos dos Empréstimos Agrícolas no Brasil”, “in” Revista Doutrinária, Rio de Janeiro, Ed. Lumen Juris, 1999, págs. 101 a 114;
   “O Município na Federação Brasileira”, “in” Revista Doutrinária, Editora Lumen Júris, 2001, págs. 101 a 120. 
                          
1 - Membro fundador e Secretário da Assembléia Geral do Instituto  de Direito Comparado Luso-Brasileiro.
2 - Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado do Rio de Janeiro - Período 1981/1983.
3 - Promotor substituto  - Comarca de Teresópolis, 1956.
4 - Membro da Academia Bonjesuense de Letras.
5 - Membro efetivo do Instituto dos Advogados do Brasil.
6 - Membro fundador  e Conselheiro do Instituto Brasileiro de Direito Privado e Agrário Comparado
1 - Chefe de Gabinete da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer.
2 - Secretário de Governo da Prefeitura Municipal de Niterói ( 1983/1986 - 1989/1993 - 1996/1998 – 2009-2’012)
2-- Secretário de Assistência Social- Município de Niterói- 2012
              3-  Presidente do Conselho de Integração do Turismo, Esporte e Lazer ( CITEL ) -    
                    1984/85
4 - Presidente do Conselho de Administração da Empresa Niteroiense de Turismo (ENITUR) - 1983/1984.
5 - Presidente do Conselho Superior do Instituto de Benefícios e Assistência aos Servidores Municipais - (IBASM) 1983/1986, 1989 até o presente.
6 - Presidente do Sindicato dos Professores de Niterói e São Gonçalo, em 1959/1960.
7 - Diretor Administrativo do Departamento de Estradas e Rodagem - RJ, em 1959/1960.
8 - Diretor Jurídico da Associação dos Diretores de Jornais do Interior - Estado do Rio de Janeiro - ADJORI.
9 - Procurador Geral do Município de Niterói - 1989/1990.
10 - Membro do Conselho Executivo da Prefeitura de Niterói - 1996 até o presente.
11 - Membro do Conselho de Ética da Academia dos Diretores de Jornal do Interior - ABRAJORI.
12 – Membro do Conselho Executivo Municipal - Niterói
1 - Deputado Estadual RJ - 1963/1966.
2 - Deputado Estadual RJ - 1967/1969.
3 - Líder da Bancada do PTB - 1963/1966.
4 - Ex-Vice-Presidente da Assembléia Legislativa - RJ.
5 - Presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro - 1968.
6 - Título de “ Melhor Líder de Bancada “ , conferido pela Imprensa da antiga Capital de Estado em 1964 (Assembléia Legislativa)
7 - Título de “Autor de um dos 5 Melhores Projetos “, conferido pela Imprensa, em 1964. (Assembléia Legislativa)
1 - Secretário de Cultura do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito de Niterói.
2 - Secretário do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Filosofia.
3 - Presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade Fluminense de Filosofia.
4 - Presidente da União Fluminense dos Estudantes.
5 - 1º Vice - Presidente da União Nacional dos Estudantes.
6 - Representante do Estado do Rio no II Congresso das Faculdades de Filosofia, na Bahia, em 1953.
7 - Membro do II Congresso Jurídico (Faculdades de Direito), em 1952, em São Paulo.
8 - Representante da UNE no V Congresso de Filosofia em Sergipe.
9 - Representante do Brasil no CONGRESSO INTERNACIONAL DA WAY, na Alemanha, em 1957.
1 - Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, conferido pela Assembléia Legislativa, em 1982.
2 - Acadêmico perpétuo da União Fluminense dos Estudantes.
3 - Homenagem de Honra do X CONGRESSO DA COFES. 
4 - Honra ao Mérito do XVII CONGRESSO FLUMINENSE DOS ESTUDANTES.
5 - Sócio Benemérito do Diretório Acadêmico da Faculdade de Ciências Econômicas (Niterói).
6 - Sócio Benemérito da Federação dos Estudantes Secundários de Niterói.
7 - Sócio Benemérito da Associação Jornalística Macabuense.
8 - Título de Cidadão do Município de Nilópolis.
9 - Título de Cidadão do Município de Conceição do Macabu.
10 - Título de Cidadão do Município de Niterói.
11 - Título de Cidadão Itaperunense.
12 - Diploma de Serviços Relevantes, conferido pelo Governador Chagas Freitas.
13- Título de Melhor do Ano no Poder Judiciário Fluminense, conferido pelos Redatores e Repórteres do Grande Jornal Fluminense, 1972.
14 - Mesmo título em 1975.
15 - Igual título em 1980.
16 Diploma conferido pelo Comando do Batalhão da Polícia Militar, pelos relevantes serviços prestados.
17 Título de Sócio Benemérito, conferido pelos Serviços de Obras Sociais – Niterói, 1991.
18 Diploma de Benemérito pelos relevantes serviços à causa do magistério, conferido pelo Sindicato dos Professores de Niterói e São Gonçalo, 1963 e 1984.
19 -Título de Personalidade da Justiça do Estado do Rio de Janeiro, 1991.
20 Diploma conferido pelo Clube dos Advogados de Niterói, pelo apoio e incentivo, 1993
21 Diploma conferido pelo “Jornal Folha das Comunidades”, pelos relevantes serviços prestados em sua área de atuação – dezembro 1995.
22 - Melhor Personalidade do Desporto do ano de 1986.
23 Diploma da Ordem do Mérito da Imprensa Desportiva, conferido pela Associação dos Cronistas Desportivos de Niterói, 1988.
24   Diploma de Sócio honorário – ASSOCIAÇÃO “TEIXEIRA DE FREITAS – Faculdade de Direito – UFF - 1998
25- “MÉRITO HONORÁRIO VITALÍCIO” , título conferido pela AFAT – Associação Fluminense de Advogados Trabalhistas – setembro – 2002       
26 -Diploma conferido pela  Associação dos Professores  Inativos da Universidade Federal Fluminense – setembro 1997    
27 - Homenagem – conforme consta dos Anais do Colégio Nossa Senhora da Assunção, “como protagonista da História e da  Vida da Cidade de Niterói’ – abril, 1997. -
28- Homenagem – “protagonista da arte de educar, ao contribuir, de forma indelével, para a construção da vida e da história de diversas gerações de brasileiros”, que o Colégio Nossa Senhora de Assunção fez constar nos anais daquela Instituição Educativa– Niterói – 1998 
29 -Diploma de Mérito conferido pelo Rotary Clube Praias Oceânicas, por elevar o nome da Colônia Libanesa na comunidade, 1990.
30 - Diploma conferido pela Associação dos Professores Inativos da Universidade Federal Fluminense, 1997.
31- Diploma de “HONRA AO MÉRITO”, pelos “generosos serviços prestados” – Paróquia de São Judas Tadeu – Niterói – outubro , 1999.
32 - Idem por ocasião do 46º aniversário.
33 -Diploma de Benemérito do Grupo SER - Servir, Entrosar, Recuperar.
34 –Diploma Honra ao Mérito- Associação de Moradores   AMIGOS do CENTRO de Niterói- Personalidade do Ano 2010
35-  Inauguração do retrato na Galeria de Autoridades da Câmara Municipal de Bom Jesus do  Itabapoana- 2000
36- Moção de Congratulações – ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA- 1979 e 1980
37- Honra ao Mérito conferido pela Direção do Ginásio D. José Pereira Alves- 1965
38-Sócio Benemérito do D.A. Hermann Junior das FACULDADE DE CIÊNCIAS ECONÖMICAS DE NITERÓI-  1955 –
39- Diploma Honra ao Mérito UFE- 1061-
40 - Voto de Aplausos – Câmara Municipal de Bom Jesus do Itabapoana- 1960
41- Homenagem de Honra conferido pela CONFEDERAÇÃO FLUMINENSE DOS ESTUDANTES SECUNDÁRIOS-  CONGRESSO FLUMINENSE DOS ESTUDANTES- 1961
42- Diploma BENEMÉRITO  - UFE- 1963
43- Homenagem XIX CONGRESSO FLUMINENSE DOS ESTUDANTES- 1963
44- Diploma conferido por ASPUFF- 1997
45-TITULO DE Cidadão Benemérito conferido pela Câmara Municipal de Niterói -  1993
46- Medalha de Mérito JOSÉ CLEMENTE PEREIRA-  CÂMARA MUNICIPAL
       de Niterói- 2008
47- Diploma Irmandade São Vicente de Paulo – Niterói-
              48 – Medalha comemorativa do aniversário da OAB/NITERÓI 
49- Certificado UFF-EMERJ – Participação no Seminário Direito Marítimo Portos e Terminais e Direito Portuário”- 2006
50- Diploma- Comunidade dos Jovens Cristãos de  Conceição de Macabú- 1967
51- Diploma de Gratidão- 2ª Residência DER-  Vassouras- RJ
              52-Diploma Homenagem- Seção de Niterói  da União de Trovadores- 2007
              53- Representante das Universidades Brasileiras no Congresso Mundial- WAY- 
              Berlim- Alemanha- 1956
54  Membro do Conselho da OAB/ NITERÓI- 2008
              55-  Título de Cidadão Benemérito – Câmara Municipal de Niterói- 1993
              56 – Diploma de Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, conferido pela
                      ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
57 - Presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/NITERÓI – 2008/2009
58-  Medalha comemorativa do aniversário da OAB/NITERÓI – 2008
              59-  Presidente  da COMISSÃO DE DIREITOS        HUMANOS  da     OAB/NITERÓI)-
                     NITERÓI- 2009
              60-  Certificado de Mérito “Rotary Clube - Praias Oceânicas- Palestra- 2011-
              61- Presidente da Comissão de Direito de Família (OAB/NITERÓI) – 3013-2915
              62-Idem – 2016/  
   63 - Palestras sobre “Malefícios causados à juventude- Televisão brasileira
              64 - MEDALHA JUBILEU DE OURO – Criação da UNIVERSIDADE  FEDERAL FLUMINESE – UFF- 2011-



       
        



                 

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Renuncia do PAPA


                  A RENÚNCIA DO  PAPA
         Profunda e emocionante reflexão   de um jovem espanhol, de 23 anos .
         Por que  a renúncia ?
         Vale a pena ler. Li e tocou-me. 
         Texto traduzido e  original, encontrado no site  pepauloricardo.gov.           

 

A verdadeira causa da renúncia do Papa.

Tenho 23 anos e ainda não entendo muitas coisas. E há muitas coisas que não se podem entender às 8 da manhã quando te dirigem a palavra para dizer com a maior simplicidade: "Daniel, o papa se demitiu". E eu de supetão respondi: "Demitiu?" A resposta era mais do que óbvia, "Quer dizer que renunciou, Daniel, o Papa renunciou!"

O Papa renunciou. Assim irão acordar inúmeros jornais da manhã, assim começará o dia para a maioria. Assim, de um instante para o outro, uns quantos perderão a fé e outros muitos fortalecerão a sua. Mas este negócio de o Papa renunciar é uma dessas coisas que não se entendem.

Eu sou católico. Um entre tantos. Destes católicos que durante sua infância foi levado à Missa, depois cresceu e foi tomado pelo tédio. Foi então que, a uma certa altura, joguei fora todas as minhas crenças e levei a Igreja junto. Porém a Igreja não é para ser levada nem por mim, nem por ninguém (nem pelo Papa). Depois a uma certa altura de minha vida, voltei a ter gosto por meu lado espiritual (sabe como é, do mesmo jeito como se fica amarrado na menina que vai à Missa, e nos guias fantásticos que chamamos de padres), e, assim, de forma quase banal e simples, continuei por um caminho pelo qual hoje eu digo: sou católico. Um entre muitos, sim, porém, mesmo assim, católico. Porém, quer você seja um doutor em teologia ou um analfabeto em escrituras (destes como existem milhões por aí), o que todo mundo sabe é que o Papa é o Papa. Odiado, amado, objeto de zombaria e de orações, o Papa é o Papa, e o Papa morre como Papa.

Por isto, quando acordei com a notícia, como outros milhões de seres humanos, nos perguntamos: por que? Por que renuncias, senhor Ratzinger? Ficou com medo? Foi consumido pela idade? Perdeu a fé? Ganhou a fé? E hoje, depois de 12 horas, acho que encontrei a resposta: o Senhor Ratzinger renunciou, porque é o que ele fez a sua vida inteira.

É simples assim.

O Papa renunciou a uma vida normal. Renunciou a ter uma esposa. Renunciou a ter filhos. Renunciou a ganhar um salário. Renunciou à mediocridade. Renunciou às horas de sono, em troca de horas de estudo. Renunciou a ser um padre a mais, porém também renunciou a ser um padre especial. Renunciou a encher sua cabeça de Mozart, para enchê-la de teologia. Renunciou a chorar nos braços de seus pais. Renunciou a estar aposentado aos 85 anos, desfrutando de seus netos na comodidade de sua casa e no calor de uma lareira. Renunciou a desfrutar de seu país. Renunciou à comodidade de dias livres. Renunciou à vaidade. Renunciou a se defender contra os que o atacavam. Pois bem, para mim a coisa é óbvia: o Papa é um sujeito apegado à renúncia.

E hoje ele volta a demonstrá-lo. Um Papa que renuncia a seu pontificado, quando sabe que a Igreja não está em suas mãos, mas na de algo ou alguém maior, parece-me um Papa sábio. Ninguém é maior que a Igreja. Nem o Papa, nem os seus sacerdotes, nem seus leigos, nem os casos de pederastia, nem os casos de misericórdia. Ninguém é maior do que ela. Porém, ser Papa a esta altura da história, é um ato de heroísmo (destes que se realizam diariamente em meu país e ninguém os nota). Eu me lembro sem dúvida da história do primeiro Papa. Um tal... Pedro. Como foi que morreu? Sim, numa cruz, crucificado como o seu mestre, só que de cabeça para baixo.

Nos dias de hoje, Ratzinger se despede da mesma maneira. Crucificado pelos meios de comunicação, crucificado pela opinião pública e crucificado por seus próprios irmãos católicos. Crucificado à sombra de alguém mais carismático. Crucificado na humildade, essa que custa tanto entender. É um mártir contemporâneo, destes a respeito dos quais inventam histórias, destes que são caluniados, destes que são acusados, e não respondem. E quando responde, a única coisa que fazem é pedir perdão. "Peço perdão por minhas faltas". Nem mais, nem menos. Que coragem, que ser humano especial. Mesmo que eu fosse um mórmon, ateu, homossexual ou abortista, o fato de eu ver um sujeito de quem se diz tanta coisa, de quem tanta gente faz chacota e, mesmo assim, responde desta forma... este tipo de pessoas já não existe em nosso mundo.

Vivo em um mundo onde é divertido zombar do Papa, porém é pecado mortal fazer piada de um homossexual (para depois certamente ser tachado de bruto, intolerante, fascista, direitista e nazista). Vivo num mundo onde a hipocrisia alimenta as almas de todos nós. Onde podemos julgar um sujeito que, com 85 anos, quer o melhor para a Instituição que representa. Nós, porém, vamos com tudo contra ele porque, "com que direito ele renuncia?" Claro, porque no mundo NINGUÉM renuncia a nada. Como se ninguém tivesse preguiça de ir à escola. Como se ninguém tivesse preguiça de trabalhar. Como se vivesse num mundo em que todos os senhores de 85 anos estivessem ativos e trabalhando (e ainda por cima sem ganhar dinheiro) e ajudando a multidões. Pois é.

Pois agora eu sei, senhor Ratzinger, que vivo em um mundo que irá achá-lo muito estranho. Num mundo que não leu seus livros, nem suas encíclicas, porém que daqui a 50 anos ainda irá recordar como, com um gesto simples de humildade, um homem foi Papa e, quando viu que havia algo melhor no horizonte, decidiu afastar-se por amor à Igreja. Morra então tranquilo, senhor Ratzinger. Sem homenagens pomposas, sem corpo exibido em São Pedro, sem milhares chorando e esperando que a luz de seu quarto seja apagada. Morra então como viveu, embora fosse Papa: humilde.

Bento XVI, muito obrigado por suas renúncias.

Quero somente pedir minhas mais humildes desculpas se alguém se sentiu ofendido ou insultado com meu artigo. Considero a cada uma (mórmons, homossexuais, ateus e abortistas) como um irmão meu, nem mais nem menos. Sorriam, que vale a pena ser feliz.

Veja o texto original:

¡Siempre renuncias, Benedicto!

La verdadera causa de la renuncia del Papa.

 

Tengo 23 años y aún no entiendo muchas cosas. Y hay muchas cosas que no se pueden entender a las 8:00am cuando te hablan para decirte escuetamente: "Daniel, el papa dimitió." Yo apresuradamente contesté: "¿Dimitió?". La respuesta era más que obvia, "O sea renunció, ¡Daniel, el papa renunció!"

El Papa renunció. Así amanecerán sin fin de periódicos mañanas, así amaneció el día para la mayoría, así de rápido perdieron la fe unos cuantos y otros muchos la reforzaron. Y que renunciara, es de esas cosas, que no se entienden.

Yo soy católico. Uno de tantos. De esos que durante su infancia fue llevado a misa, luego creció y le agarró apatía. En algún punto me llevé de la calle todas mis creencias y a la Iglesia de paso, pero la Iglesia no está para ser llevada ni por mí, ni por nadie (ni por el Papa). En algún punto de mi vida, le volví a agarrar cariño a mi parte espiritual (muy de la mano con lo que conlleva enamorarse de la chavita que va a misa, y dos extraordinarios guías llamados padres), y así de banal, y así de sencillo, recontinué un camino en el que hoy digo: Yo soy católico. Uno de muchos, si, pero católico al fin. Pero así sea un doctor en teología, o un analfabeta de las escrituras (de esos que hay millones), lo que todo mundo sabe es que el Papa es el Papa. Odiado, amado, objeto de burlas y oraciones, el Papa es el Papa, y el Papa se muere siendo Papa.

Por eso hoy cuando amanecí con la noticia, yo, al igual que millones de seres humanos..nos preguntamos ¿porqué?. ¿Porqué renuncia señor Ratzinger?. ¿Le entró el miedo?. ¿Se lo comió la edad?. ¿Perdió la fe?. ¿La ganó?. Y hoy, después de 12 horas, creo que encontré la respuesta: El señor Ratzinger, ha renunciado toda su vida.

Así de sencillo.

El Papa renunció a una vida normal. Renunció a tener una esposa. Renunció a tener hijos. Renunció a ganar un sueldo. Renunció a la mediocridad. Renunció a las horas de sueño, por las horas de estudio. Renunció a ser un cura más, pero también renunció a ser un cura especial. Renunció a llenar su cabeza de Mozart, para llenarla de teología. Renunció a llorar en los brazos de sus padres. Renunció a teniendo 85 años, estar jubilado, disfrutando a sus nietos en la comodidad de su hogar y el calor de una fogata. Renunció a disfrutar su país. Renunció a tomarse días libres. Renunció a su vanidad. Renunció a defenderse contra los que lo atacaban. Vaya, me queda claro, que el Papa fue un tipo apegado a la renuncia.

Y hoy, me lo vuelve a demostrar. Un Papa que renuncia a su pontificado cuando sabe que la Iglesia no está en sus manos, sino en la de algo o alguien mayor, me parece un Papa sabio. Nadie es más grande que la Iglesia. Ni el Papa, ni sus sacerdotes, ni sus laicos, ni los casos de pederastia, ni los casos de misericordia. Nadie es más que ella. Pero ser Papa a estas alturas del mundo, es un acto de heroísmo (de esos que se hacen a diario en mi país y nadie nota). Recuerdo sin duda, las historias del primer Papa. Un tal..Pedro. ¿Cómo murió? Si, en una cruz, crucificado igual que a su maestro, pero de cabeza.

Hoy en día, Ratzinger se despide igual. Crucificado por los medios de comunicación, crucificado por la opinión pública y crucificado por sus mismos hermanos católicos. Crucificado a la sombra de alguien más carismático. Crucificado en la humildad, esa que duele tanto entender. Es un mártir contemporáneo, de esos a los que se les pueden inventar historias, a esos de los que se les puede calumniar, a esos de los que se les puede acusar, y no responde. Y cuando responde, lo único que hace es pedir perdón. ‘Pido perdón por mis defectos’. Ni más, ni menos. Que pantalones, que clase de ser humano. Podría yo ser mormón, ateo, homosexual y abortista, pero ver a un tipo, del que se dicen tantas cosas, del que se burla tanta gente, y que responda así..ese tipo de personas, ya no se ven en nuestro mundo.

Vivo en un mundo donde es chistoso burlarse del Papa, pero pecado mortal burlarse de un homosexual (y además ser tachado de paso como mocho, intolerante, fascista, derechista y nazi). Vivo en un mundo donde la hipocresía alimenta las almas de todos nosotros. Donde podemos juzgar a un tipo de 85 años que quiere lo mejor para la Institución que representa, pero le damos con todo porque "¿con qué derecho renuncia?". Claro, porque en el mundo NADIE renuncia a nada. A nadie le da flojera ir a la escuela. A nadie le da flojera ir a trabajar. Vivo en un mundo donde todos los señores de 85 años están activos y trabajando (sin ganar dinero) y ayudan a las masas. Si, claro.

Pues ahora sé Señor Ratzinger, que vivo en un mundo que lo va a extrañar. En un mundo que no leyó sus libros, ni sus encíclicas, pero que en 50 años recordará cómo, con un simple gesto de humildad, un hombre fue Papa, y cuando vio que había algo mejor en el horizonte, decidió apartarse por amor a su Iglesia. Va a morir tranquilo señor Ratzinger. Sin homenajes pomposos, sin un cuerpo exhibido en San Pedro, sin miles llorándole aguardando a que la luz de su cuarto sea apagada. Va a morir, como vivió aún siendo Papa: humilde.

Benedicto XVI, muchas gracias por renunciar.

 

domingo, 22 de abril de 2012

ALBERTO FRANCISCO TORRES


                    
                         ALBERTO FRANCISCO TORRES

                 Aproxima-se o centenário de nascimento  de um grande homem, notável pelos dotes de seu coração, exemplo de honestidade, inteligência fulgurante, intelectual, cultor das letras jurídicas,  encarnação viva da luta pela dignidade na vida pública, político devotado  à preservação  dos valores mais nobres: Alberto Francisco Torres.


                     Professor de Direito Constitucional da Universidade Católica de Petrópolis, Deputado Estadual e Federal, soube honrar o Parlamento Ocupou a Chefia de Gabinete do Ministério da Educação, Secretário de Educação do Estado, detentor  de inúmeras condecorações, Presidente da Associação das Empresas de Radiodifusão do Rio de Janeiro e Espírito  Santo, Jubileu de Ouro da Academia Fluminense  de Leras.


                    No Governo de seu irmão, o ilustre GOVERNADOR PAULO TORRES , cuja memória reverenciamos, tanto pela firmeza de atitudes, seriedade no trato da coisa pública e profícua administração, o Dr Alberto Torres  decidira a não aceitar  qualquer cargo público.


                Destacou-se  entre todas que escreveram a história de “O Fluminense”:  a do Jornalista, Advogado, Homem Público e Acadêmico ALBERTO TORRES.


        Político dos mais atuantes, fazendo dos seus mandatos um permanente exercício de servir ao seu povo, o que fez igualmente como Secretário de Estado, tendo ocupado Pastas a que emprestou toda a sua competência e honradez no trato das questões republicanas.       Acadêmico, foi membro de várias e importantes instituições culturais, como o Instituto Histórico e Geográfico de Niterói e a Academia Fluminense de Letras, da qual foi Presidente e a que se dedicou com a riqueza de sua cultura e o seu não menor amor à Língua Portuguesa. Jornalista, e sem nunca ter deixado de ser o profissional de imprensa que nele vivia, dirigiu o jornal que, mais do que um periódico, foi, sem dúvida, um dos maiores amores de sua vida: “O Fluminense”.


         Se é difícil escolher a atividade em que Alberto Torres mais se tenha sobressaído, mercê do seu grande talento e não menor sensibilidade, fácil se torna, todavia, identificá-lo com o jornal que ele tanto amou e ao qual deu o melhor de si, tanto como profissional de imprensa, quanto, e principalmente, como ser humano.


         Impõe-se ressaltar, por justo e necessário, que seus princípios liberais, humanistas, faziam de Alberto Torres um político, um homem que buscava sempre o diálogo, o entendimento, a compreensão como fórmulas exitosas de resolver crises e conflitos.


          Quando, na quadra histórica em que as trevas da ditadura se abateram sobre toda a Nação, e assumindo  todos os riscos que daí poderiam advir-lhe, Alberto Torres protegeu muitos daqueles, entre os quais até mesmo antigos adversários políticos que estavam sendo perseguidos, sem que ao menos pudessem defender-se das acusações que lhe eram assacadas, pelos motivos mais torpemente engendrados por seus algozes, ou mesmo por qualquer ou nenhum motivo.




              Triunfou o Dr. Alberto Torres pela palavra, pela pena, pelo talento e sobretudo pelo inflexível caráter, capaz de conduzi-lo à construção moral o homem que foi.



            Nele tudo era cavalheirismo e simplicidade até onde podem chegar os grandes homens.  Merece  nossas homenagens.

 



domingo, 16 de outubro de 2011

Pedacinhos de Ouro e de Couro * Li e gostei...

                                       AMOR ou EGOISMO?
AMAR É FAZER O OUTRO FELIZ  ==   Olhar sempre em direção do outro
O EGOISMO IMPEDE DE ENXERGAR ISSSO
O AMOR ACLARA E  AGUÇA A VISÃO- O EGOISMO TOLDA O ESPIRITO
EGOISMO FECHA A ALMA DENTRO DE SI MESMO, FAZENDO-A VIVER  NUMA PRISÃO SEM PORTAS NEM JANELAS
EGOISMO FICA TRISTE PORQUE NÃO RECEBE TUDO QUANTO DESEJA. O AMOR DÁ TUDO O QUE PODE.
EGOISMO SE FECHA PORQUE SÓ QUER RECEBER. A. ABRE PARA DAR
O EGOISMO DESORIENTA, ENDURECE O CORAÇÃO
EGOISMO SEGUE SEU PROPRIO CAMINHO E POUCO SE IMPORTA COM O PROBLEMA ALHEIO
DIANTE DOSOBSTACULOS O EGOISMO DESESPERA.
 O AMOR SEMPRE ENCONTRA OUTROS CAMINHOS
EGOISMO PENSA EM ALARGAR LIMITES  DE SEUS PROPRIOS DESEJOS
E OLHA PARA DENTRO DE SI.
EGOISMO ATACA PARA SOBREVIVER

Li e Gostei

                                                    INTRIGAS
              “ Recorrendo aos mais inacreditáveis processos, mentindo, caluniando, intrigando, mistificando, por ocultos apetites individuais
É escusado  procurar ocultar, tal a insatisfação  manifestada contra tal ordem que os dirigentes sentem que toca a todos nós.’
                                                          *****
JUSTIÇA
             “ Satisfação dos deveres como advogado, a gratidão e o reconhecimento , pelo bem que fazem, pelo amor a Justiça”.
                                                            *****        
DEUS NOS GUIA-  “Não sei para onde DEUS nos leva, mas ELE é que me guia. Sabedoria, discernimento, prudência, importa que ELE me guia..”
                                                            *****
BOCAGE=  “Rasga meus versos, crê na eternidade” (Soneto ditado na agonia)
                                                           *****
NIETZSCHE= “ deus morreu! “onde está Deus?”. Eu lhes direi: “nós matamos Deus”. “Vós e eu.somos todos assassinos”.Mas como podemos fazer isso ? como podemos  beber o mar até a última gota ? Quem nos deu uma esponja para apagar  o horizonte inteiro  ?  Eu dormi, dormi... e acordei de um sonho profundo...o mundo é profundo, mais profundo do que todo o pensamento do dia, profunda é sua pena, a alegria é mais profunda que a  dor... a dor diz: vai-te ! Mas toda a alegria quer a eternidade, a profunda  eternidade...”
                                                           *****
CHARLES DARWIN

 “Por maiores que fossem as crises que passei, nunca desci ate o ateísmo, no verdadeiro sentido eterno, isto é nunca cheguei a negar a existência de DEUS...Refletindo sobre isto, que me considerem deista. Esta conclusão esta fortemente radicada no meu espírito, desde a época em que escrevi” ( A ORIGEM DAS ESPECIES  -págs.. 354, 356, 363)
                                                          ******
EINSTEIN -  A opinião comum de que sou ateu repousa sobre grave erro”. Quem a pretende deduzir de minhas teorias científicas não as entendeu.”                       

terça-feira, 31 de maio de 2011

ROBERTO SILVEIRA - UM LIDER QUE SÓ APARECE DE SÉCULO EM SÉCULO


                                      
                         O Estado do Rio chorou. O Brasil chorou!

                         50 anos são passados. Não se pode deslembrar de seus assinalados serviços prestados à causa pública.

                         Roberto Silveira possuía tudo o que um homem de ação, dedicado ao seu povo, conseguiu realçar sobre o comum dos mais, na difícil tarefa de governar.

                         Não cabe na estreiteza de nosso modesto testemunho, senão enfocar alguns traços sobre as Diretrizes e Metas do Plano de seu Governo. Apenas uma singela avaliação de aspectos dignos de apreciação, postos em prática por um grande líder que conseguiu impor-se na política fluminense. Roberto tornou-se, sabidamente, desde cedo, um homem público preocupado com o aperfeiçoamento dos costumes políticos e administrativos. Extrema a sua dedicação às questões de ordem social, ao interesse pela educação, pela justiça e pela saúde, não se descuidando, já no Governo, das medidas voltadas para a economia do Estado e o aumento de sua produção.


                        Ainda Deputado Constituinte,  dentre os mais importantes problemas de interesse coletivo, preocupou-o também, a situação dos  estudantes pobres vindos do interior. Através da Emenda nº 19 da Constituição de 1947, possibilitou-se criar a Casa do Estudante Fluminense. O domínio do bem passara para o Estado, sob forma de herança jacente. Aliás, inspirou-se nessa iniciativa, mais tarde, quando na Assembléia Legislativa, o Deputado Michel Saad ao instar junto aos Governos que se seguiram, o aproveitamento de todos os prédios existentes na Capital, que fossem havidos por herança jacente, para transformá-los em residência de estudantes do interior, comprovadamente pobres e cursando estabelecimentos de ensino em Niterói.


                        Ao tempo em que Roberto Silveira ocupou o cargo de Secretário do Interior e Justiça, dentre as medidas ali adotadas, preocupou-se com a criação de novas comarcas, alcançando o maior número de municípios. Era o zelo na melhor distribuição da justiça, de maneira concreta e mais satisfatória.


                        Eleito Vice-Governador, sempre consciente da necessidade da correção de velhos hábitos, não haveria como deixar de se preparar para uma nova época no Estado. Pela sua liderança, pelo seu ideal e inigualável sensibilidade começou por captar o sentido de uma missão, cuja marcha ascencional indicava o caminho do Governo. Suas andanças eram constantes e, por onde passava, adquiria intensa simpatia.

                        Sem recursos financeiros, mas com forte bagagem de ideais, amor e dedicação sem limites à causa pública e um espírito de fé na renovação, o povo fluminense entregou ao jovem líder o Governo do Estado.

                        Tão marcante a sua trajetória que, à época de sua campanha, as lideranças universitárias, integradas por figuras representativas, ex-dirigentes dos Diretórios Acadêmicos e da própria União Fluminense dos Estudantes, lançaram a FRENTE DA MOCIDADE PRÓ ROBERTO SILVEIRA, numa tomada de consciência da virtude de talento do jovem que despontava com tenacidade, inteligência e caráter. Iniciavam os líderes universitários um intenso movimento em favor de sua candidatura junto às comunidades.

                        A imagem de Roberto Silveira diante de nossa população estava feita. Era o líder que faltava. É pena que o período de seu governo fosse tão breve. Em apenas dois anos soube conquistar o respeito de todos e elaborar um modo de governar afinado com os anseios populares, abrindo caminhos e alcançando uma projeção que bem poucos lograram atingir. Empregava todas as suas energias como obreiro do bem público. Tinha, até mesmo, um estilo próprio de fiscalizar todos os atos. Seu olhar investigador chegou ao ponto, certa vez, de detectar irregularidades no fornecimento ao Estado, assumindo enérgica atitude, e considerando inidônea para prestar serviços à Administração Pública a firma responsável, da qual faziam parte pessoas de suas próprias relações pessoais.

                        Um dos fatos que merece registro, ocorrido quando do lançamento de sua candidatura ao Governo do Estado foi, ao tempo em que não existiam “ibopes”; a pesquisa pragmática, com um voluntariado ligado diretamente à campanha e cujos participantes foram distribuídos pelos vários bairros de Niterói. O resultado, amplamente favorável era analisado pelo próprio comando partidário. O candidato recomendava a maior isenção por parte dos “pesquisadores”.

                        Outro fato da vida de Roberto Silveira: em certa viagem, ainda candidato a Governador, surpreendeu-me versado em assuntos de teologia, fato raro nos anais de nossa política. Não imaginava, em razão de suas atividades sempre voltadas para a vida pública, mas não lhe era estranho qualquer ramo do conhecimento.

                        Gostaria de fazer uma abordagem sobre alguns problemas acerca das questões de ordem social, sua preocupação com a economia do Estado, o estímulo à solução de temas relacionados com a educação e saúde e a firme solução de tornar mais efetiva a distribuição da justiça.

                        Uma das medidas, que recebeu aplauso de todos e repercussão no País, foi a majoração do salário família de 100 cruzeiros, para  1.000 (mil) cruzeiros por dependente, não deixando de alcançar também os filhos de quaisquer condições, os enteados e os adotivos, equiparando-se ao pai e à mãe, o padrasto e a madrasta e na falta destes, os representantes legais de menores órfãos. O salário família não estaria sujeito a qualquer imposto ou taxa, não podendo servir de base para qualquer contribuição, ainda que para fim de previdência social. Sua atenção foi mais além, com a majoração obrigatória do salário família, pelo menos 20% do aumento geral de vencimentos e salários concedidos aos servidores do Estado.


                        Em sentido bem objetivo, ainda com relação ao servidor estadual, assegurou o direito a um mês de vencimento ou salário a título de auxílio doença, após doze meses consecutivos de licença para tratamento de saúde em conseqüência de determinadas atividades.

                        Outra medida adotada no seu governo foi o incentivo, por meio de prêmios em dinheiro a todos os fluminenses ou brasileiros radicados no Estado, autores de invento suscetíveis de utilização industrial.

                        Numa época em que preponderava a excessiva centralização, saiu em defesa dos interesses dos municípios, firmando convênios com as prefeituras na realização de obras por elas próprias planificadas, oferecendo o Estado a assistência técnica aos planos, com a preocupação de não obstaculizar a iniciativa municipal. Iniciava-se, com a sua antevisão, o fortalecimento do poder local que só veio a ser consolidado na década de 80: foi instituída a Federação dos Clubes Agrícolas do Estado do Rio de Janeiro, através de convênio, possibilitando o processamento de todas as relações de Clubes Agrícolas com o Serviço de Informação Agrícola ou Secretaria de Estado, não só prestando auxílio técnico e material, mas ainda colaborando na organização e realização de cursos destinados à formação e treinamento de dirigentes de Clubes Agrícolas, de forma a estimular a criação de Conselhos Municipais, colaborando com as entidades públicas ou particulares em tudo que fosse de interesse da comunidade, principalmente em casos de calamidade.

                     Através da Lei 3951/59, voltou-se para a proteção e defesa dos pequenos agricultores despejados de terras públicas ou particulares, onde tivessem culturas ou benfeitorias, proporcionando soluções amigáveis ou orientando os prejudicados, para fins de indenização. Abrindo perspectivas para o futuro, preocupou-se com o Plano de Colonização e de Aproveitamento de terras devolutas e públicas do Estado, organizando Cadastro Territorial, para fins de estudo da possibilidade de colonização, de preferência com aproveitamento de nacionais favelados, organizando a instituição de Núcleos Agrícolas para recebimento e localização de agricultores desajustados.


                        O grave problema dos menores fora enfrentado no seu governo, num primeiro estágio, através de Termos de Acordo celebrados com o Governo do Estado, visando a assistência, em regime de externato e semi -internato, com a constituição de pequenas oficinas que proporcionassem ensino profissional adequado às necessidades do meio.

                        Uma das mais vivas preocupações do seu Governo voltava-se para a intensa difusão de escolas, abrindo suas portas a pobres e ricos; dentre as diretrizes nesse sentido, foi criado o Movimento Popular de Alfabetização. Novas escolas foram destinadas a ministrar o ensino primário diurno e noturno e de alfabetização de adultos. Com relação aos esforços desenvolvidos no setor de ensino, não pode ser esquecido o grande incentivo à Campanha Nacional de Educandários Gratuitos – CNEG – cedendo prédios escolares quando não ocorresse a coincidência de funcionamento e permitindo a requisição de professores, concedendo ainda, subvenções para serem aplicadas em construção de sede para os estabelecimentos gratuitos e aquisição de material escolar. Quanto à Universidade Federal Fluminense, que digam os que acompanharam as suas origens, sobre as lutas encetadas em favor de sua criação.
                        Na área de saúde não deixou de dar atenção ao maior incremento e reforço na atuação da Secretaria, estabelecendo acordo com o Ministério da Saúde e o Instituto de Assuntos Interamericano, cuja execução competia a uma administração conjunta, objetivando intensificar o programa de assistência à maternidade e à infância, bem como à formação e aprimoramento de técnicos e auxiliares na área de saúde pública.

                        A instituição de um órgão especial com atribuições específicas, através de convênios com os municípios fluminenses, voltados para proteção à maternidade, à infância e a adolescência foi efetivada sob a forma de Juntas Municipais. A assistência médico hospitalar mediante contribuição financeira permitiu, tanto ao Hospital Antônio Pedro como a de outros municípios, maior intensificação através de convênios básicos.

                        No setor da economia merece ser lembrada a instituição do Fundo de Desenvolvimento Econômico possibilitando a concessão de empréstimos para desenvolvimento das atividades econômicas no território fluminense, através do financiamento de atividades rurais, à indústria e ao comércio.

                        Podemos dizer ainda, que a criação do Departamento de Portos e Navegação do Estado do Rio de Janeiro refletia o zelo pelo melhoramento dos portos compreendido no Plano Portuário Estadual. Objetivava o Governador a conservação, execução e a fiscalização dos serviços técnicos e administrativos concernentes a estudos, projetos, especificações, orçamentos, construção e reconstrução dos portos.

                        Seu Governo voltou-se para os aspectos que dizem respeito às preocupações de ordem social, à economia, à educação, à saúde e ainda à dinamização da Justiça.  Não descuidou, contudo, dos transportes e comunicações, bem como dos problemas do escoamento da produção agrícola e nesse sentido, o Plano Rodoviário Estadual passou a constituir a espinha dorsal do Estado, na interligação com as rodovias do Espírito Santo e Minas Gerais.





                                              Também na política, não se pode viver sem a confiança. Não há como lidar com a predominância de ambigüidades. Exemplificam bem as reuniões de Roberto com a bancada de Deputados, quando ainda Vice-Governador. Determinados assuntos ali tratados e que não poderiam, de pronto, serem divulgados pela imprensa. No entanto, no dia seguinte, noticiava-os, com detalhes. Em determinado dia, “por descuido” de um de seus assessores,  deixou-se de convidar para a reunião da bancada, um certo Deputado, sabia-se por qual razão. No dia seguinte, não ocorreu nenhuma divulgação dos assuntos que foram tratados...      

                        O Governador nunca fugia das medidas adequadas e nem retardava a tomada de posições, quando em jogo o interesse público. Um exemplo ilustrativo: de forma clara e decisiva, determinou a anulação de uma concorrência para aquisição de quarenta caminhões em que figuravam como licitantes a Ford e a Chevrolet, concessionárias locais, esta última tendo oferecido preço superior. Não obstante um parecer técnico, optando pelo preço mais elevado oferecido pela Chevrolet, a guisa da necessidade de uniformização da frota, o Governador não titubeou, determinando que fossem os veículos adquiridos diretamente na fábrica, em São Paulo, obtendo preço significativamente inferior ao oferecido pela concessionária local, sem prejuízo da uniformização da frota.

                        O convívio com Roberto Silveira, mesmo quando Governador, influiu decisivamente, até mesmo na minha vivência familiar. Ele, Governador, com a visão macro de todos os problemas do Estado e dos detalhes que envolviam as relações entre os vários órgãos, além das responsabilidades que pesavam sobre seus ombros, mostrava-se no recinto do lar, extremamente atencioso e delicado para  com a esposa e impressionantemente amoroso com seus filhos. Eu, apenas, mero Diretor Administrativo do Departamento de Estradas de Rodagem, nem sempre agia assim, ao chegar em casa, embora bem menores as  atribulações de meu cargo. Valeram-me seus exemplos de esposo e pai. Mais uma bela lição que aprendi. 

 
            Em suma: os propósitos bem delineados de Roberto Silveira podem ser avaliados através de autorizados testemunhos no curso desta obra, realçando com fulgor a importância do seu governo. O certo é que perdura até nossos dias o reflexo nacional de sua administração, tanto pela efetiva competência administrativa como pela reconhecida capacidade de soerguimento ético no momento em que se espraiava a descrença geral nos políticos. Como Governador, sentimos todos a falta do administrador, do empreendedor de obras, aliado à tenacidade e aos dotes de inteligência e caráter e ao seu estilo de liderança.

                        Eleito por forças conservadoras soube ampliar suas alianças para desenvolver programas e projetos de Governo até hoje considerados inovadores e progressistas. Para a época – início dos anos 60, tão marcados pelo sectarismo de posições políticas – era notável a habilidade de Roberto Silveira conciliar, e mais do que isso, governar com forças até então antagônicas politicamente.
   
                        Seus méritos ultrapassaram as fronteiras do Estado: quando da escolha do candidato a Vice-Presidente, pelo PTB, em memorável convenção nacional, o nome de Roberto Silveira foi insistentemente lembrado para concorrer a Vice-Presidente nas eleições presidenciais. João Goulart havia sido Vice-Presidente da República no Governo de Juscelino.  Roberto Silveira recusou a indicação, por entender que ainda era a vez de Jango. Não se pode avaliar quais teriam sido os rumos da História do País...

No momento em que o trabalhismo tornava-se uma força ascendente, através de efetivos instrumentos de ação no governo Roberto Silveira, deu-se o inesperado acontecimento de repercute até hoje em todo o País, com a morte do nosso Governador.  Consagrou-se como um líder nacional.
Aere perenius ! Sua lembrança será sempre mais perene que o bronze.