Aproxima-se o
centenário de nascimento de um grande
homem, notável pelos dotes de seu coração, exemplo de honestidade, inteligência
fulgurante, intelectual, cultor das letras jurídicas, encarnação viva da luta pela dignidade na vida
pública, político devotado à preservação dos valores mais nobres: Alberto Francisco
Torres.
Professor de Direito
Constitucional da Universidade Católica de Petrópolis, Deputado Estadual e
Federal, soube honrar o Parlamento Ocupou a Chefia de Gabinete do Ministério da
Educação, Secretário de Educação do Estado, detentor de inúmeras condecorações, Presidente da
Associação das Empresas de Radiodifusão do Rio de Janeiro e Espírito Santo, Jubileu de Ouro da Academia Fluminense de Leras.
No Governo de seu irmão, o
ilustre GOVERNADOR PAULO TORRES , cuja memória reverenciamos, tanto pela
firmeza de atitudes, seriedade no trato da coisa pública e profícua
administração, o Dr Alberto Torres
decidira a não aceitar qualquer
cargo público.
Destacou-se
entre todas que escreveram a história de
“O Fluminense”: a do Jornalista,
Advogado, Homem Público e Acadêmico ALBERTO TORRES.
Político
dos mais atuantes, fazendo dos seus mandatos um permanente exercício de servir
ao seu povo, o que fez igualmente como Secretário de Estado, tendo ocupado
Pastas a que emprestou toda a sua competência e honradez no trato das questões
republicanas. Acadêmico, foi membro
de várias e importantes instituições culturais, como o Instituto Histórico e
Geográfico de Niterói e a Academia Fluminense de Letras, da qual foi Presidente
e a que se dedicou com a riqueza de sua cultura e o seu não menor amor à Língua
Portuguesa. Jornalista, e sem nunca ter deixado de ser o profissional de
imprensa que nele vivia, dirigiu o jornal que, mais do que um periódico, foi,
sem dúvida, um dos maiores amores de sua vida: “O Fluminense”.
Se é difícil escolher a atividade em que Alberto Torres mais
se tenha sobressaído, mercê do seu grande talento e não menor sensibilidade,
fácil se torna, todavia, identificá-lo com o jornal que ele tanto amou e ao
qual deu o melhor de si, tanto como profissional de imprensa, quanto, e
principalmente, como ser humano.
Impõe-se ressaltar, por justo e necessário, que seus
princípios liberais, humanistas, faziam de Alberto Torres um político, um homem
que buscava sempre o diálogo, o entendimento, a compreensão como fórmulas
exitosas de resolver crises e conflitos.
Quando, na quadra histórica em que as trevas
da ditadura se abateram sobre toda a Nação, e assumindo todos os riscos que daí poderiam advir-lhe,
Alberto Torres protegeu muitos daqueles, entre os quais até mesmo antigos
adversários políticos que estavam sendo perseguidos, sem que ao menos pudessem
defender-se das acusações que lhe eram assacadas, pelos motivos mais torpemente
engendrados por seus algozes, ou mesmo por qualquer ou nenhum motivo.
Triunfou o Dr. Alberto Torres pela
palavra, pela pena, pelo talento e sobretudo pelo inflexível caráter, capaz de
conduzi-lo à construção moral o homem que foi.
Nele
tudo era cavalheirismo e simplicidade até onde podem chegar os grandes
homens. Merece nossas homenagens.